os meus pensamentos podem ser o seu.....ou apenas o começo deles.....



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sempre!

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MEUS SENTIMENTOS SÃO

ANTAGÔNICOS. UMA HORA SORRIU

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

“O despertador tocava. Parecia estar tocando a alguns minutos, ou horas. Acordei num pulo só. Me dirigi até o banheiro, cocei os olhos, joguei água no rosto. Estava com barba, bafo de cerveja. Na casa, ainda haviam vestígios do final de semana anterior. Composto por nostalgias, saudades, porres, memórias, garrafas de bebida na sala, maços de cigarro, fotos espalhadas, a falta de coragem de pegar o telefone e te ligar, e eu. Eu, deitado no chão da sala, encarando o teto e preso no passado. Mais uma daquelas recaídas, nada demais. Nada fora de rotina. Me dirigi pro quarto, pra pegar a toalha, tomar banho e ir pro trabalho. Me deparo com o relógio. Eu tava atrasado. Peguei um blusão qualquer, tomei um café, coloquei uma calça e fui. Daquele jeito meu, apressado. Tava atrasado uma meia hora, e descendo a escada lembro dos cigarros que havia esquecido. Voltei pra pegar e fui. Me senti estranho na rua, todos olhavam pra mim. Parece que conseguiam ver, o monstro que aqui dentro, agora habitava. Doía de longe, parece. Sabe, pra quem vê. O trabalho era meio longe, dormi no ônibus. Não tinha condição nem de pegar o carro. […]Acordei uns pontos antes da redação. Ainda tinha umas matérias pra escrever. Cheguei no ponto e desci, meio cambaleando. Não sabendo pra onde ir. Sem direção, sem sentido. Cheguei na porta da redação. Olhei pro relógio antes de entrar. Puta merda, duas horas atrasado. Tomei coragem, enchi o pulmão de ar e entrei. Todos pararam pra me olhar, até que uma menina nova veio falar comigo, parecia estagiária. Disse que o chefe tava me esperando na sala dele. Entrei, afogado de medo. Ele lia uns papéis e me pediu pra entrar, fechar a porta e sentar. Quando me dirigia a cadeira, ele levantou o rosto. Tomou um susto. Gaguejou um pouco, ficou meio sem ação. Não tiro razão. Eu estava com a camisa manchada de café, bafo de cerveja, cabelo bagunçado, camisa amarrotada e desabotoada, olhar de sono, apagando um cigarro. Totalmente desajustado. No final ele me deu o dia de folga. Fiquei puto por ter acordado cedo, saído correndo, estragado minha imagem aí pela rua e na redação…Mas ele me deu um dia de folga. Tava precisando faz um tempo, pra ajustar as coisas. Voltei feliz e sorrindo. Mesmo com aparência de acabado, aquilo me animou. Decidi que ia começar tudo de novo. Ia parar de ficar preso na passado e não conseguir sair com ninguém. Tirar ela da minha cabeça de vez. Aceitar de vez que acabou e começar a me amar. Afinal, eu merecia, depois de tantos e tantos meses de ressaca emocional e coma alcoólica sozinho. Precisava de alguém pra cuidar, e pra cuidar de mim. Alguém pra escrever uma história. Alguém que não vá embora. Fiquei refletindo sobre isso dentro do ônibus e nem vi o tempo passar. Desci do ônibus, acendi um cigarro e tirei o celular do bolso. Decidi ligar pra um amigo, alguém, uma amiga, uma ex-namorada. Ligar pra qualquer pessoa da agenda de telefone e marcar de sair, ou sei lá. Algo fora de rotina, fora dos planos, tava precisando bastante. Ninguém atendia. Já estava ficando meio desanimado dessa ideia, ouvia o “tum-tum” e esperava que alguém me atendesse. Pra contar umas histórias por aí, contar o que houve, tirar isso das minhas costas, de dentro de mim. Do coração, da cabeça. Mas nada. “Tum-tum”. Ouvi um grito, vindo de trás. Eram umas três da tarde e o pessoal tava voltando do almoço, a rua tava…Meio cheia, e eu sentia que a pessoa que gritava, tava correndo atrás de alguém. Acreditei que não fosse comigo e continuei a insistir em ligar. Queria uma vida nova, recomeçar tudo. Queria ter uma vida pela frente. E o grito se repetiu, com a mesma fonética, por uns três “tum-tuns”. Ignorei. Até que virei uma esquina, de um beco, vazio. Precisava passar por ali pra chegar em casa. Ouvi os mesmos gritos, só que mais altos e a pessoa ainda correndo. Senti ela correndo do meu lado e meu celular caindo. Era um moleque, pegou meu celular e saiu correndo. Corri atrás e cansei logo depois. Gritei: “Eu vi teu rosto, pivete filho da puta!” E me virei pra ir embora. Não ouvi mais passos dele, devia estar longe. Até que escuto: “Minha mãe não.” e um disparo, logo em seguida. Caí de joelhos. Tudo ficou…Escuro. Não me lembro de mais nada, depois disso. Sabe, aquele era o dia em que eu ia começar uma vida nova; Uma vida inteira pela frente. E o tiro veio por trás. De surpresa. Dizem que só temos uma vida. E é mesmo. Eu não tive nem a chance, de recomeçar. Pois é. Aproveite! Amor não é tudo na vida. Alias, amor não é nada. Passei metade da minha vida, morto. É, passei metade da minha vida morto por um amor. Assassinado. Te enganam desde pequeno, representando amor, com corações. Mas…Tu precisa do seu coração pra viver, e não de amor. Amor não tem nada a ver com coração. Coração só bombeia sangue. Amor fode os rins, o pulmão. Faz beber e fumar. Mas, o principal…É que o amor te mata todos os dias…E você nem percebe. Boa sorte no amor, pros ainda vivos. E uma coisa eu garanto: As cinco letras do “adeus” dela, doeram muito mais do que aquele tiro. Me mataram muito mais. (Pedro Rocha


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